Serena e fria,
a noite caindo gélida traz-nos temores de morte ,
e a sorte, a morte, que sempre um
dia nos vem,
nos dá no peito uma dor forte,
cheia de saudade e sem ilusão .
O
sol do dia seguinte, fortalece o cansaço da noite não dormida,
parece apertar
de vez o corpo moído,
apertado por haver sofrido a perda tácita do viver cumprido.
Canta-se
então, com lágrimas ao rosto e olhos embaçados,
soa a voz sem palavras, gemido
do amor vivido,
afastado ou perdido, vem-nos a falta de calor.
Impossível é não
voltar,
relembrar, sorrir, chorar,
constatar o dever dos dias bem ou mal-cumpridos.
Para
ser consolador nada há, a não ser a bendita certeza,
a inaudita beleza do amanha
sem lágrimas,
do porvir sem dor.
E
a boca ainda e sempre sem palavras diante de tamanha dor,
sorri o sorriso
confiante, balbucia "Graças a Deus",
os olhos constatam a certeza plana e plena
de estarmos vivos
e indo ao encontro de Deus.
De
um Deus que não nos quer mortos,
mas vivamente transformados,
transportados
deste aprisco para um outro mais além.
Lá,
onde não há choro, onde está o nosso tesouro,
aonde todos cantaremos juntos as
canções de Deus.
Sim, cantaremos
juntos, hinos de louvor, ao Senhor.
Pr. Márcio Monteiro
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