Estranho termo; neologismo de definições irrestritas, já que em si, ser, já é ser-se.
Tornar-se é possível, fazer-se também; mas ser-se? Isso é impossível,
parece coisa de louco, alguém que sendo, ainda esforça-se para vir a ser.
Daí, ser cristão é uma maneira de viver, não deve ser confundida com o
esforço para o aperfeiçoamento ou a co-participação nos atos da conversão, tão
menos, uma soma de atitudes preconcebidas, de cunho estritamente religioso.
O cristão sente como os outros, mas reage como cristão; deseja como os
outros, mas seu valor de obtenção do objeto desejado é diferente do dos outros.
Ser é expressar-se para fora de si, é existir, eclodir o que se quer ser, é simples, no
entanto, difícil tarefa é ser, sendo coerente, sendo integro.
Nossas dicotomias e relutâncias, as pressões sociais, sempre contrárias
às escolhas mais puras, dualidade e uma soma de outros fatores, dificultam o surgimento do ser
em sua pureza, daquilo que estranhamente, se chama essência.
O cristão tem na presença do Espirito Santo, um fator dicotômico, aquilo que Paulo em sua epístola aos Romanos explana como “o bem que quero.. o
mau que não quero...”.
Portanto, a pergunta emergente é : Como é possível ser, sendo cristão? Posto
que há evidencias de pressões internas imensuráveis.
A resposta é: Desejando, já que o desejo é por natureza, o agente
propulsor do querer vir ser.
Daí emana a possibilidade do impossível, o de Ser-se, ser possível; até
porque para Deus, tudo é possível.
Complexidades filosóficas à parte, para Deus agir em você, o deixar é seu,
o agir é d’Ele.
Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas?
João 3:10
Pr. Márcio Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário